quarta-feira, 21 de março de 2007

Ensaios Repentinos 1 - Gilberto Valle

Às vezes achamos engraçado certas situações...
Só que, as situações podem não ter graça alguma...
Vivemos na injustiça, na impunidade e num país de merda...
Parece que é a lei do cão sempre!

Já dizia o Russo: "A lei do cão não é nada além do que a própria lei do homem"

E as pessoas ainda não entendem, nada...mas nada mesmo!

Fazer o que?

quarta-feira, 7 de março de 2007

Eu sonhei que era Belchior

Um rapaz latino americano...sem dinheiro no bolso...
Que está cansado do peso da sua cabeça...
Que era alegre como um bicho...um bando de pardais...
Quando havia galos, noites e quintais...
Que no escritório, trabalhava...ficava rico...
Mas quanto mais multiplicava...perdia seu amor...
Como é perversa a juventude do coração...
Que estava mais angustiado, que um goleiro na hora do gol...
Gozando no seu céu e no seu inferno...
Com saudade do verde marinho...
Mas ainda sou tão moço...pra tanta tristeza...
Deixemos de coisa, cuidemos da vida...
A gente se olha, se toca e se cala...
E se desentende no instante em que fala...
Medo...Medo...Medo!!!
Só que não estou interessado em nenhuma teoria...fantasia, algo mais...
Para acompanhar bocejos, sonhos matinais, quiçá romances astrais...
Amar e mudas as coisas me interessa mais...
E a solidão das pessoas nessas capitais?
Play at cool, baby!
Longe o profeta do terror...
A Laranja Mecânica anuncia...
Ah, minha rede branca, meu cachorro ligeiro...
Nessas ilhas cheias de distância...
Sentado à beira do caminho...
O fim do termo saudade...
Minha fala nordestina...
O amor e o humor das praças...cheias de pessoas, tudo outra vez...
Viver a divina comédia humana...
Onde nada é eterno...
Só que eu canto...enquanto houver espaço, tempo e modo de dizer "não"
Eu canto...
Vamos andar! Pelas ruas de São Paulo...
No tempo em que você sonhava...
Eu me desesperava, a ouvir tangos argentinos...
Descontentes...desesperadamente...
Sonho, sangue, América do Sul...você sabe e eu também eu sei...
Torto, feito faca, cortando a carne de vocês...
Medo anda por dentro do teu coração...
Dar pro sertão da minha solidão...
Eu tenho medo, ainda está por vir...
Morre meu medo...
O passado é uma roupa que não nos serve mais...
Não serve mais...
Precisamos todos rejuvenescer...
Saia do meu caminho...eu prefiro andar sozinho...
Deixem que eu decido minha vida.




Homenagem ao mestre Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes, o mestre!

sábado, 3 de março de 2007

A Foto

No vazio acordo, sem a luz de alegria de antes

brilho já não existe em meus olhos

Atormentado por algumas culpas que poderiam ter sido evitadas.

Nada que fiz foi pra machucar

São vocês, meus irmãos, meus amigos, minha vida

Ainda quero vê-los sorrindo

Ontem não deveria chover, mas minhas lágrimas teriam que aparecer

Não paravam!

Talvez isso tenha estragado tudo, espero que não...

Outra vez fui egoísta, não sabia se me aceitariam

Mesmo assim quero estar sempre com vocês

Ainda que uma última vez.

As coisas jamais ficam iguais

O coração é silencioso, chora calado...

Talvez seja tarde para meras palavras

Estou calado e não perderei mais tempo.

Posso ter falhado com alguns...isso dói

Entendam que ninguém é simplesmente perfeito,

há dias de erros.

Aquela foto nunca revelada, está como deve ser

Nossas histórias divergem, não há como negar

Outros já nos feriram, a cicatriz pouco importa.

A escuridão pode ser uma casa

Mas eu tenho a luz de vocês

Sem seus olhos, minh´alma é cega...invisível

Preciso de vossas mãos para ser...

Quiçá viver...

sexta-feira, 2 de março de 2007

O Mestre-Sala dos Mares

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como navegante negro
Tinha dignidade de um mestre sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto, pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas jorravam das costas
Dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
E a exemplo do feiticeiro gritava então
Glória aos piratas, às mulatas, às sereias
Glória à farofa, à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história
Não esquecemos jamais
Salve o navegante negro
Que tem por monumento
As pedras pisadas do cais