quarta-feira, 17 de novembro de 2010

A cartolagem é quem manda - Gilberto Valle


A gente tira onda, gréa, faz de tudo um pouco, mas uma das melhores coisas num bom bate-papo é conversal futebol com quem entende de bola. Nesse ponto, confesso ter grande amigos e isso independe de diferenças clubísticas.
Nos últimos tempos um concenso geral tomou conta de nós. "Só torce pra time de futebol no Brasil, quem é louco!"

Calma! Eu explico!

Assistindo a fatos como o jogo do Corinthians contra o Cruzeiro na semana passada, percebemos que a cartolagem é quem manda no futebol brasileiro. O penalty em Thiago Ribeiro do Cruzeiro no primeiro tempo foi ESCANDALOSO, PAVOROSO E CLARO! O que o "seu juiz" fez? NADA!

Já no segundo tempo, final de jogo, lançamento na área para um "saco de batatas" que mal consegue se mexer hoje em dia no campo. O mesmo pula na altura de uma gilette no chão e sofre um impacto nas costas do zagueiro do Cruzeiro. Lance normal, meus caros! Mas, devido a sua "fragilidade" física, o saco de batata se esparrama pelo chão. E o "seu juiz"? Sem titubear, aponta a marca da cal.

Voltando aos fatos. Comentei com os meninos na época da Copa que achei muito estranha a ida do Sr. Andrés Sanchez, Presidente do "CUrinthians" como chefe de delegação da Seleção Brasileira na Copa da África. Entre um gole e outro no decorrer dos jogos soltei - "Quer apostar que vão fazer um Estádio para o Corinthians e vetar o Morumbi da Copa de 2014?" O que aconteceu mesmo? Vocês já sabem...
E a fatia final do bolo vem agora. Ronaldo, Roberto Carlos (esse pelo menos ainda tem algo a mostrar) e o "Supertime" do "CUrinthians" vai ser campeão brasileiro. Fico triste, porque tenho primos tricolores no Rio de Janeiro e os mesmos estão a ponto de enlouquecer com as tendências pro lado do time de SP. E, além disso, outro fator preponderante: "Quem é o técnico do Fluminense?" Aquele que negou a Seleção Brasileira, aquele que não se dobra a cartolagem, aquele que luta contra essa corja e não se corrompe. Muricy Ramalho! Cara que sou fã confesso.

Para encerrar desejo apenas que o futebol não aceite este tipo de decisões e mostre que o esporte ainda deve ser jogado de forma limpa e natural. Embora, com tantas evidências em foco como estas, não acredito que o título não vá parar em SP. Fazer o que?

sábado, 6 de novembro de 2010

A volta para o Náutico - Gilberto Valle


Chegou a hora. Afirmo com isto com toda certeza porque hoje eu volto a pisar no Estádio dos Aflitos. Não que este fato possa influir no resultado do jogo mas, tenho certeza de que assim como eu, vários alvi-rubros estarão voltando neste sábado. Sabem porque?
Claro! Porque a mazela de jogadores mercenários começou a ir embora, talvez muito tarde, mas já é um recomeço. Precisamos de 3 vitórias para escapar da Série C, este é o maior fato!
No entanto, ainda nao especifiquei o real motivo da minha volta. É...os velhos dirigentes da Corja de MC, irão estar lá...mas, a coragem de Roberto Fernandes em dispensar o "bando de mercenários" e colocar os meninos da base para jogar me fez repensar e ver que o timbu merece meu apoio novamente. Estes sim, são os verdadeiros injustiçados. Só faltam se matar para mostrar o seu valor e nunca são aproveitados. Um exemplo claro é Nilson. Bom volante da base, que em 2008/2009 desfilou seu futebol pegador como titular do time na Série A e depois foi esquecido para dar lugar a jogadores como Rodrigo Pontes, cuja melhor coisa que fez na vida foi na Ilha do Retiro, naquele episódio...O garoto Nilson sempre jogou bem e foi preterido por técnicos pelos torcedores do Náutico, que em sua grande maioria DETESTA os garotos da base. Que contracenso!
Temos o CT Wilson Campos! Um dos maiores e melhores do Nordeste. Aqui em Pernambuco sem sombra de dúvidas é o melhor. Até porque é próprio, não é ARRENDADO!
Não estou preocupado com o Náutico, confesso...só que agora eu estou mais do que nunca com o Náutico.

A base do clube é o futuro...todos sabem. Mas isto é assunto para outro texto.

Quem quiser conhecer o trabalho do CT acesse - http://ctdaguabiraba.blogspot.com/

Saudações Alvi-rubras. E hoje à tarde, todos os caminhos levam ao Caldeirão!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O "cabo" de Lula - Gilberto Valle


Há cerca de 3 semanas, o jornalista Luiz Carlos Azenha, publicou no seu fantástico blog - "viomundo", um comentário de Mestre Aldir Blanc Mendes. O mesmo foi retirado de outro blog, bastante famoso no Rio de Janeiro, o "butecodoedu", do grande Eduardo Goldenberg.
Cinco anos atrás, o mesmo Aldir Blanc deu uma entrevista afirmando que depois da desilusão que teve com o Governo Lula, todos deveriam apenas votar em pessoas que confiem, que saibam a educação que tiveram, e principalmente, que conheçam a família. Isso independente de posição, cargo, e melhorias. Esta entrevista mudou a minha vida. Relembro que desde lá, jamais votei em candidato algum. Nem no próprio Lula na sua reeleição.
Entendo o Mestre Aldir Blanc, quando o mesmo pede para se votar em Dilma. Certamente posso afirmar que ele é um nacionalista, e já viveu bastante para saber quem são os representantes de ambos os lados. Ele, mesmo que se contradizendo um pouco, deve saber os porques disso tudo.
Eu, como cidadão brasileiro, ainda insisto na primeira entrevista dele. Anularei meu voto lindamente e não estou nem aí para política. Não confio em nenhum dos dois, mas, reconheço que para o meu quintal que é Pernambuco, o Governo Lula foi sem sombra de dúvidas o melhor da história e isto basta! Passou.

Prefiro ficar com a opinião do meu grande amigo Admilson da Hora II, "o Gordo", pessoa sensata e das mais inteligentes que conheci até hoje, quando me disse há 4 anos atrás - "O candidato de Lula não perde para ninguém! Só se Fernando Henrique se candidatar novamente pode haver algum risco. E ele volta em 2014."

É pagar para ver. Enquanto isso, nenhum dos dois merece o meu voto. E meu prognóstico é que Dilma já é a primeira Presidente da República Federativa do Brasil desde que se candidatou.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

A calcinha de Daniel


Como costumo sempre afirmar, a conversa nas mesas de bar geram coisas fantásticas. Feriado de 4 dias pra grande maioria aqui em Recife e lá estou acompanhado de Mari e Fernandão, domingo à noite no Portal da Picanha, degustando umas cervas em homenagem a qualquer coisa.
De repente, no meio de um papo qualquer, Mari conta uma história que virou o momento que todos estávamos esperando, lá vai:

"Um amigo meu, foi pra um lugar desses meio duvidosos em qualidade. Ele no meio da festa se pegou com uma figura e de lá saiu rapidinho para o motel. Chegando lá, aquela milonga (como diria o saudoso Gigli), meia luz e de repente, quando ele tira o short da menina está lá...estampado...para todo mundo ver...o rosto do cantor Daniel na calcinha da figura, dentro de um coração, em cima da perseguida."

Pronto...Fernando quase jorrou cerveja pelo nariz e eu perdendo o ar e tossindo de tanto rir e imaginando tal cena.

Para completar a merda...o rapaz que escreve nesse blog solta: "Poderia ser pior - já pensou se a foto cantasse "eu me amarrei, eu me amarrei, eu me amarrei no seu coração, eu me amarrei!"

Tenso...bastante tenso...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Rage Against the Machine - Uma máquina


Sem sombra de dúvidas o dia 9 de outubro de 2010 se tornou um dia inesquecível e épico para todos aqueles que presenciaram o show do Rage Against the Machine. Os californianos subiram ao palco do Festival SWU com vontade de mostrar a quem ainda podia ter dúvida os "porquês" eles são uma das bandas contemporâneas de maior expressão.
O tempo passa e a pegada dos caras é única! Começam e terminam o show no mesmo gás, destilando seus clássicos de forma pesada e instigante. Além disto, os caras mais uma vez supreenderam a organização do festival distribuindo ingressos para militantes do MST. Não esqueçam que os caras do RATM, seguem uma linha ideológica altamente politizada em prol dos menos afortunados. Atitudes como estas fizeram com que diversas apresentações da banda fossem proibidas em vários estados americanos. Este fato virou contra àqueles que os vetaram. A banda creceu em enormes proporções em razão desta censura.
Voltando a apresentação do Festival SWU, ficam alguns fatos lamentáveis. O primeiro pela péssima organização do festival em termos de estrutura. Obviamente que o público estava numa pilha enorme, mas não se pode deixar que a barricada que separava a pista premium da normal fosse derrubada e invadida por centenas de pessoas. Isto é falha de organização sim! Afinal, a banda teve que parar o show duas vezes para que as pessoas pudessem se afastar e a barricada fosse levantada.
O pior de tudo foi a cobertura do Canal Multishow. Posso afirmar honestamente que foi uma das piores coberturas de um evento ao vivo que já vi na vida. A ex- VJ da MTV Luisa Micheletti afirmando que a banda era "enrrolada", que estava demorando para entrar no palco e (pasmem), quando tudo ainda estava apagado, "só ela" viu Zack de la Rocha com uma camisa com uma estrela vermelha. Começa o show e o vocalista entra com uma camisa social vermelha. Tudo a ver...Além disto, (pasmem 2) escuto a seguinte frase - "Estou ansiosa para ver Tom Morello, que é um dos maiores guitarristas da "ATUALIDADE" (este merece uma estátua por toda criatividade e talento há pelos menos uns 20 anos) e porque sempre quis ouvir "KILLING IN THE NAME "OFF", ao vivo".
Continuando com cúmulos do absurdo. A senhorita repórter Erika Mader, foi entrevistar um sujeito afirmando ser fã do Rage Against the Machine. No final o cara diz que não conhece nenhuma música, que é fã da banda, que só estaria ali por conta do RATM e que curtia a banda por conta da "tatuagem do cara!". Sem falar dos, "muito show", "muito irado", "muito maluco" do referido sujeito na hora de entrevista.

E, para terminar, temos que falar do Sr. Beto Lee...bem, fica uma citação honrosa a sua cara de bunda suja ao encerrar a transmissão do show ainda faltando mais de meia hora para o término do mesmo. Parabéns Multishow!

Vida para o Rage Against the Machine, que mostra que com o passar dos anos continua cada vez mais atual. E, principalmente, dando aulinha para essas bandas farofas, de bichinhas emotivas que temos no Brasil hoje em dia.

Estou morrendo de medo de "ser muito xingado no twitter".

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Uma grande vitória alvi-rubra


Ontem, por volta de meio dia, soube de uma grande vitória alvi-rubra. Talvez a maior dos últimos anos. Saiu a condenação do ex-presidente do Clube Náutico Capibaribe, Sr. Maurício Cardoso a ter que reembolsar o clube de desvios ilícitos de verba. Quando falo em vitória é porque há cerca de 1 ano, alguns torcedores do Náutico inclusive o que vos escreve, fizeram parte do Movimento - "Fora Maurício Cardoso", sendo ridicularizados por grande parte da imprensa pernambucana. Como sou de dar nome aos bois, ressalto que o único meio de comunicação que nos deu atenção necessária foi a Folha de Pernambuco, que se dispôs a querer saber o porque daquilo estar ocorrendo.
Continuo sem ter nada pessoal contra o cidadão Maurício Cardoso, mas sim ao ex-presidente que promovia gastos imensos em bares, viagens e no famoso "Aquário dos Diretores", onde comenta-se ter sido gasto algo por volta de R$30.000 em whisky e guloseimas da Casa dos Frios. Tudo isto para desfrutar um time que lutava com salários atrasados para não cair para Série B. (Fato este que iria ocorrer futuramente).
Agora gostaria de falar como torcedor apaixonado pelo Náutico. Devo a este senhor todo o desânimo e falta de interesse por meu clube. Claro, o amor pelo Glorioso de Conselheiro Rosa e Silva jamais irá terminar mas, enquanto os membros da situação estiverem na Direção do Clube eu jamais irei colocar meus pés em campo. Honestamente cansei!

E é em mais um clima de derrota (Asa de Arapiraca 2 x 0 Náutico), que comemoro esta imensa vitória!

Além disso dois recados:

- Maurício Cardoso, suma da história do Náutico!

- E para certas pessoas que ainda defendiam este senhor. Dois ditados:

"Diz-me com quem andas que te direi quem és."

"Quem se junta com porcos, FARELO come!"

Agora está provado que eu tinha razão!

Saudações Alvi-rubras!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Basta fazer...


Bem, resolvi falar sobre política. Ou melhor, sobre minhas concepções políticas.

Vamos lá...Na prática eu acho o sujeito sair de casa para votar o maior absurdo de todos. Não estou nem aí para eleições desde a eleição passada. Vivemos num país em que não existem mais lados, mas sim conveniências. Uns chamam isso de política e eu chamo de SAFADEZA!
Os "governantes" deveriam seguir as regras que eles pregam e não fazer este joguinho de conveniências que existe desde muito tempo. Algumas pessoas dizem que sou de "esquerda", e realmente, eu fui de esquerda. Até que os "governantes" de "esquerda" fizessem com que eu deixasse de fato de acreditar em política. Não voto em mais ninguém desde a última eleição! Não defendo ninguém e não estou nem aí pra nenhum canditato. Até porque, nós, mais uma vez, não temos candidatos.

Para mim:

- Uma louca, "escorona" no rastro do anterior e com perfil para síndica de condomínio apenas...
- Um eterno derrotado que agora da de bom rapaz...
- Uma que parece a versão de Gilberto Gil de escova nos cabelos e, além de tudo, evangélica (fator preponderante para que eu não vote nela).
- E o restante é aquilo que todos enxergam no cômico horário eleitoral, palhaços...apenas palhaços...

Mais uma vez estamos na merda e vou ter que sair de casa para votar puto da vida porque certamente estarei numa ressaca monstra!

Se sou um idiota? Posso até ser, mas a minha CONSCIÊNCIA limpa vale mais do que qualquer voto que venha a dar para qualquer elemento dos acima citados!

E pra encher o bolso, eu prefiro encher unicamente o meu!

Acorda Brasil!

No capricho...


Há poucos instantes estava eu tomando meu café da manhã e observando a TV que minha prima havia deixado ligada. Apareceu um flash da festa da Capricho com os "monstros sagrados" do Restart como atração principal. Que a banda é uma merda, todos sabem e nisso eu não irei me prolongar. No entanto, o que mais me chamou a atenção foi ver uma idiota falar - "O mais legal é ver que uma revista adolescente abriu espaço para o público PUNK ROCK!"

É...quem me conhece sabe como eu fiquei ao ouvir isto.

UM PÉSSIMO DIA PRA TODOS!

Lição de casa

LINK 1 - http://www.youtube.com/watch?v=JQkActP-isE

LINK 2 - http://www.youtube.com/watch?v=uD4xbgYja7s&p=AEEC2CDFF5BD2715&playnext=1&index=12

Ou eu não sei mais o que é música...

domingo, 26 de setembro de 2010

A decadência da F1


Hoje comecei a assistir o GP de Cingapura na Rede Globo de Televisão. É impressionante como o Galvan Bird e Reginaldo Leme voltaram a se desentender ao vivo. Enquanto o primeiro falava de um GP em Mônaco, o segundo retrucava com o GP de Cingapura de 2 anos atrás, com aquela palhaçada envolvendo Flavio Briatori, Fernando Alonso e Nelsinho Piquet. E mesmo quando o Galvan Bird disse - "Reginaldo, estou falando de outro GP", o comentarista insistiu na sua opinião.

Enfim, cagada atrás de cagada! E a F1 cada vez mais decadente!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Na Boa Vista...500gr de Picanha Argentina


Definitivamente o Bairro da Boa Vista é o paraíso dos bêbados. Falo isto com a experiência de ter sido escolado em butiquim no referido bairro. De fato ele ensina aos inexperientes alunos tudo de mais malicioso que você irá encontrar nos "recantos" que passar. De comida mal feita, a garçon demorando demais a trazer o pedido (para os clientes mandarem ver nas cervejas), a puta batendo papo do teu lado e terminando a noite bêbada na sua mesa.
Sem falar nas iguarias que encontramos nos cardápios. Coisas como:

1 - FRANGO EMPANADO - COM "SABOROSO" ACOMPANHAMENTO DE PRESUNTO E QUEIJO (??????!!!)

2 - 500 GR DE PICANHA ARGENTINA - R$20,00 (Realmente...esta picanha é de Buenos Aires, aquele munícipio perto de Carpina e Lagoa do Carro).

Etc...Etc...

Cada vez que passo nas ruas da Boa Vista, a minha própria história vem a cabeça. Do finado Stilletus, ao fantástico e "não mais aquele" Pirata Bar, onde enchíamos a cara e depois comíamos o maior X-Tudo da paróquia. Recordo quando o Zé Maria e Val (ex-garçons e ex-donos do Pirata), compraram o imóvel ao lado. Fizeram uma festa com tudo de graça em plena terça-feira, com 4 barris de 100 litros de Chopp. A "nossa turminha" chegou as 17hs para pegar lugar logo na frente. Eu fiquei sentado de frente a máquina no próprio balcão. Uma bagaceira imensa. Além disso, o vínculo de amizade estabelecido era fantástico! Em quantas festinhas as cervejas terminaram e ouvi aquele famoso - "Giba preciso do teu prestígio". Lá ia a gente de carro, em pleno sábado a noite, entrar no bar portando 3 grades de cerveja. E o saudoso Val dizia: "Bota da mais geladas pros meninos e dá o desconto especial!". Tempo bom.
Mais para a esquina ainda temos a todo vapor, o Espetinho de Zita. Este eu me orgulho de ter feito todo o marketing. Nós, alunos do curso de Administração que criamos o monstro. Lá também ouvíamos coisas fantásticas, como Carlão dizendo: "Sou formado em Psicologia Nuclear e Filosofia Hidráulica."

E assim, a Boa Vista vai se reinventando. Salve!

OBS - Este texto é dedicado aos imortais da Boa Vista! São eles:

1 - Serrote - IN MEMORIAN - que tomava duas lapadas de cana e uma Sprite de café da manhã. E ainda cantava "Meu tesão é você" (Banda Magníficos), com China. (heheheh)

2 - Val - IN MEMORIAN

3 - Zé Maria

4 - Jacozinho - "Que horas tem aí corno?" Levava um murro...caía...levantava e dizia: "ALÉM DE CORNO É BRABO!"

5 - Paulinho Tchátchatchá - que ainda perambula com todo seu estilo por lá.

6 - E a casa das meninas de Tabira, patrocinador oficial da caridade cristã dos rapazes da Boa Vista.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Um golzinho para amenizar o liseu...


Andava meio sem saco de escrever algumas coisas. Pra falar a verdade, o maior causador disto é o tempo, mas Marcelo Demo me inspirou. Até porque não é necessário escrever apenas os textos e críticas musicais de sempre. Posso apenas opinar sobre coisas do cotidiano.
Ontem, depois de um longo e tenebroso inverno o Náutico voltou a vencer no Brasileiro da Série B. Um primeiro tempo bom, com certa sobra, e um segundo tempo lastimável. Ainda foi salvo por Glédson que aos 42 do segundo tempo pegou um penalty do Figueirense.

É o que dá, achar que Hexa é Luxo, que salários atrasados não faz com que os jogadores parem de jogar e de especulações sobre a competência ou incompetência do treinador.

Na minha opinião, salário atrasado (última folha foi paga em JUNHO) + falta de qualidade do elenco + diretoria estagnada, só podem causar isto.

PS - e tem gente que ainda critica os jogadores porque tomam cerveja na folga.

PS2 - e palmas para Glédson, porque bebendo ou não, honra a camisa do Clube.

sábado, 29 de maio de 2010

Let the dominoes fall - Gilberto Valle

“Let the dominoes fall”, mostra que a banda tem um estilo próprio

Em meados de junho de 2009, minhas esperanças voltaram. Sim, é verdade! Já andava meio de saco cheio há muito tempo com os lançamentos musicais, principalmente ligados a rock n´roll e seus derivados. Eis que cai em minhas mãos uma jóia chamada “Let the dominoes fall”, o sétimo disco da carreira dos californianos do Rancid.

Confesso que é difícil escrever um texto quando você é fã da banda. Mas tenho que fazer isto porque o disco e a banda merecem. O que mais me surpreende no Rancid é a capacidade de se ré-inventar a cada disco. Este é o trabalho mais mesclado deles, digamos que é uma mistura de todos os álbuns anteriores. Temos punk tradicional, rocksteady, ska, dub raggas e assim eles vão caminhando muito bem dentro do cenário de música mundial.

Definitivamente não é fácil ganhar o respeito da crítica e público, principalmente tocando punk rock, mas o Rancid já carrega uma legião de fãs que cresce a cada disco lançado, além de diversos elogios por parte da imprensa.

Voltando a falar do álbum, temos outra surpresa maravilhosa, que foi a inclusão de duas músicas totalmente acústicas, na minha concepção seriam classificadas como “punk-folk” (Civilian Ways e The Highway). Prova da tal ré-invenção que a banda sempre promove. O mais interessante é que a receita é a mesma, mas eles não são repetitivos e isso é vital para qualquer banda. Dentro do disco também temos uma canção de superação. Esta se chama New Orleans, terra totalmente devastada pelo Furacão Katrina, que possui “a força de um milhão de leões” e “uma cicatriz em seu rosto de veludo”.

“Let the dominoes fall”, mostra que a banda tem um estilo próprio e justamente por isto seus discos ganham corpo e formas fantásticas! Com isto na cabeça e sem historinha de “evolução musical”, convoco à todos para ouvir o disco. Lembrem-se que não é qualquer banda. É o Rancid! A maior banda de punk-rock do mundo dos anos 90, até hoje. Valeu demais esperar seis anos por este disco!



Por Gilberto Valle - Crítico em Música da Revista Click Rec - em 24/05/2010

Entrevista - Inge Porto

História da Banda Estrógeno

A biografia desta banda pernambucana começou através da comunicação por um site de uma banda paulista de punk rock, em junho de 2000. Inge (bateria) e Patrícia (baixo) visitavam esta página e depois de trocarem alguns e-mails, marcaram uma conversa fora da rede. Claudinha (guitarra), amiga de Inge, foi chamada para o encontro. Assim começou o trio... Sem vocal, com guitarra emprestada e bateria de estúdio. Apenas o baixo era próprio.

Começaram ensaiando assim, até aparecer Renata que freqüentava o mesmo estúdio e conhecia a maioria das músicas que elas tocavam... Sabendo que as meninas estavam sem vocal, entrou pra dar "uma força" e o trio se transformou num quarteto. Logo depois resolveram colocar outra guitarra pra dar mais "peso" às músicas. Entrou Rebeca. Ela foi a um ensaio e a identificação aconteceu imediatamente.

Finalmente, no final de 2000, estava formada a Estrógeno, tendo realizado seu primeiro show em janeiro de 2001. O gosto musical das cinco integrantes, somado à grande amizade ali formada, foi algo mágico.




Entrevista com Inge Porto – Baterista da banda Estrógeno



Como é fazer rock n´roll na terra que para ser ouvido (as) é necessário ter uma alfaia, ou fazer parte do "seleto" grupo dos finados do mangue-beat?

Olha, já ouvi tantas vezes “porque vocês não colocam algo regional?” ou “porque vocês não colocam uma alfaia?” (risos)

Ai gente, assim todas as bandas seriam iguais, não é? Isso acontece com muitas bandas de rock. As vezes nem é a praia da banda, mas acabam cedendo a este apelo pelas dificuldades encontradas. Não é fácil não ceder, embora isso não desmereça ninguém, mas a gente fica de fora de um monte de eventos por conta disto. Até jornalistas já sugeriram isso pra gente. Nós adoramos vários ritmos, inclusive o mangue-beat, eu mesma vou pra vários shows de bandas e música regional, gosto bastante, mas na nossa banda nós fazemos um rock mais clássico, por opção, por sintetizar um sentimento presente nas integrantes. O gosto de cada um é individual, mas a banda é rock puro. Mas não é fácil não fazer parte de grupos seletos, pagamos um preço alto.



Particularmente eu penso que o Brasil ainda tem muito o que mostrar musicalmente falando, no entanto, acho que existe ainda muito preconceito em se ouvir uma banda formada apenas por garotas e que tocam rock n´roll. Depois de 10 anos de banda, com experiência de vida e mercado independente, como você encara isto?

O tempo passa e a passos muito lentos, está havendo uma desmistificação, mas ainda há um grande caminho a percorrer. Há pouco tempo tivemos uma experiência engraçada. Fomos tocar num bar e algumas pessoas estavam com aquele olhar de desdém quando viram que só tinham mulher no palco. Sabe aquele olhar de “essa banda não deve saber tocar, deve ser uma bandinha de brincadeira”. Mas no meio do show, tinha mulher de costas para o maridão, focada na Estrógeno, gente que não conhecia as nossas músicas e tamborilando na mesa.(risos) Foi muito bom o reconhecimento no final. Também já passamos por situações estúpidas, de homem chegar a perguntar se a gente ia “dançar”. Como se mulher só soubesse fazer isto. Ai meus ovários viu?!

É preciso paciência, mas nós temos! E o que nos estimula é que sempre que tem alguém com aquele olhar de dúvida, basta esperar a gente tocar que rapidinho eles se convencem que nós sabemos o que estamos fazendo e fazendo com muito prazer! Amor pelo nosso trabalho! Paixão pelo rock! Preconceito? Existe, mas aos poucos, acho que estamos contribuindo para diminuí-lo.



Nos dias de hoje é muito comum, várias bandas e músicos que tem trabalhos autorais, apostarem em projetos "paralelos". Desde 2006 a Estrógeno deixou de fazer covers e apostou todas as fichas no projeto autoral, percorrendo um caminho contrário. É não ter medo de riscos ou acreditar no próprio trabalho?

A gente compõe desde que formamos a banda, mas tínhamos poucas músicas autorais, só em 2006 é que abandonamos de vez o cover, mas até esta data, a gente levava paralelamente os dois repertórios. Agora só tocamos nossas próprias músicas. Gostamos muito do nosso trabalho, além de termos cansado um pouco do cover. Não, definitivamente não temos medo de nos arriscar! Temos estrógeno na veia. (muitos risos)



Aprendiz de piano na infância, depois veio o bongô. Como surgiu o interesse por bateria? Foi por curiosidade ou você acha que o piano, que também é um instrumento percussivo, teve influência nessa escolha?

Eu estudei piano dos 7 aos 14 anos por incentivo dos meus pais. Meu pai estudou piano durante 15 anos e toca muito bem. Mas depois que cresci, ficou complicado continuar, me mudei de cidade e comecei a ter outros interesses. O piano não influenciou na escolha da bateria. Quando eu estava em rodinha de amigos, sempre batucava em algum isopor, balde, mesa, copo. Aí, depois de quebrar alguns destes objetos, uma amiga me deu um bongô. Acho que pra diminuir o prejuízo da galera. E eu toquei um pouco, em alguns bares, como hobby, com Claudinha (da Estrógeno, que tocava o violão) e Lucinha (vocalista). Comecei a me sentir meio limitada com o bongô e resolvi aprender bateria, ampliar conhecimentos. Nem pensava em banda. Mas fui aprendendo e me apaixonando pelo instrumento. Hoje, tocaré um dos maiores prazeres que tenho na vida. Meu professor, Sandro Moura, que hoje é meu grande amigo, também me influenciou muito, pois além da sua competência, ele passa um sentimento muito forte para os alunos. Depois é q rolou a história da banda.



Uma das coisas que mais sinto falta no rock n´ roll nacional hoje, são as bandas de protesto. Obviamente que isto esteve muito ligado aos acontecimentos políticos, ditaduras (tanto militar, quanto direitista). Os compositores, letristas e músicos revolucionários estão em extinção? E o que acho mais complicado. Será que toda aquela esperança que eles tinham num governo “esquerdista”, hoje também não iria se tornar contexto revolucionário? Caras como Renato Russo e Cazuza, que beberam muito de música de revolução, estariam felizes atualmente?

Acho que as bandas de protesto jamais deixarão de existir. Talvez estejam mais concentradas no meio punk, mas nunca sumirão. E nós, assim como outras bandas, também levamos o nosso protesto em muitas letras. Por exemplo, sempre temos músicas falando sobre a violência contra a mulher, que é o nosso protesto maior (vide “Maria nos penhascos”, “Leite e Sangue”, entre outras). Não somos uma banda apenas de protesto, trabalhamos com vários temas e o protesto é um deles. Estamos terminando uma nova composição chamada “Pizzaria Brasil”, que é um protesto político. Breve estará nos shows. Na minha opinião, Renato e Cazuza não estariam felizes, como nunca estiveram, e certamente estariam compondo como nunca. Tem muita nojeira acontecendo, e eles teriam uma fonte inesgotável de inspiração nos dias de hoje.



Ouvindo o trabalho da sua banda, EP´s de 2007 e 2009, noto que há um grande mar de influências. Semelhanças com rock nacional oitentista, pitadas de metal em solos de guitarra, hard-rock, punk-rock, etc...

O ecletismo dentro do rock n´roll existe dentro de você, ou para tocar numa banda é necessário aceitá-lo?

Dentro de mim existe muito ecletismo, é fato, assim como no restante das integrantes da Estrógeno, mas acho que isso não é fator limitante para se ter uma banda. Se juntar uma galera mais radical, que só goste de um determinado tipo de som, pô, vão ser felizes fazendo unicamente aquele som, sem problemas, basta encontrar a parceria certa. Na nossa banda, gostamos de vários estilos de rock e com a influência de cada uma, acaba gerando este som alternativo com levadas diversas, mas sem fugir do velho rock´n roll.



Costumo bater muito na mesma tecla quando dialogo com pessoas ligadas a música. Acho o mercado fonográfico atual muito pobre em termos de qualidade. Por outro lado, analisando o lado alternativo e independente, percebemos que ótimas bandas, inclusive de rock, estão trabalhando sério e esperando oportunidade. Estamos fadados a ouvir o “chororô dos emos” por um bom tempo?

O mercado quer lucro, quem dá lucro é a grande massa, e esta, não tem boas referências musicais, então aparece cada grupo que dá vontade de “pedir licença e sair”. Mas a massa curte. Gosto de acreditar que tem música boa em todos os estilos, mas o que rola na mídia, a maioria não me agrada. Pela própria história e oportunidades que tivemos, estou pessimista, não vejo movimentos e/ou interesses que tragam as bandas alternativas para uma visibilidade maior, continuamos (a maioria dos independentes, com poucas exceções) sendo vistos e ouvidos por um público pequeno, aqueles que possuem informações extra-mídia.



Qual a sua visão para o futuro do rock? Ainda existe algo a fazer, ou tudo de melhor já foi escrito com as bandas clássicas?

Caralho, se tudo já foi feito, fechem todos os estúdios!(risos) Acho que sempre haverá algo de novo a ser feito ou melhorado. Claro, com o passar do tempo, as dificuldades vão aumentando, pois os clássicos são difíceis de superar, mas acho que sempre surgirão gênios em todas as classes. Sobre o futuro, vejo a influência da tecnologia em toda parte. Faz parte do presente e certamente de uma maneira mais contundente no futuro. Softwares altamente especializados fazendo parte de equipamentos, instrumentos e gravações e a internet ainda mais inerente em todos os meios (contatos, divulgação das bandas, transmissão de shows ao vivo, música gratuita, etc). Está acontecendo aos poucos uma mudança de filosofia no meio musical e quem não fizer parte deste mundo virtual, provavelmente será suplantado.



Como você vê a cena musical pernambucana atual?

Sempre achei e continuo achando que somos um dos Estados mais férteis do país, e não só musicalmente, Pernambuco tem excelentes artistas em todos os setores. Temos bandas e artistas em todos os estilos que você quiser. Temos trabalhos puristas, fusionados, sólidos, virtuosos, iniciais. Não é a toa que quando os músicos vão para o sul, são recebidos de braços abertos e com reverência. Isso só não acontece aqui. O público não reconhece o próprio valor dos pernambucanos, do pessoal que está aqui pertinho, sempre esperam que o pessoal do sul diga que é bom.



Gosto de terminar meus bate-papos, perguntando sobre influências musicais. Num contexto geral, me cite 3 nomes da música que formaram tua personalidade musical.

Só 3? Ixe (muitos risos)



Vamos lá.. Beatles, Janis Joplin e Cazuza.


Publicado no Clickrec em 14/05/2010

sábado, 20 de fevereiro de 2010

No mote do Motta - Gilberto Valle

Pesquisando coisas na internet revi com muita atenção um vídeo de algum Telejornal Global, onde Nelson Motta, reconhecido crítico musical brasileiro, comentava sobre os caminhos da música brasileira em 2009. Respeito muito as opiniões dele, quando são ligadas a história da MPB, mas discordo em demasia, quando se propõem a falar sobre novidades musicais no mercado. Até porque, tenho sérias desconfianças (para não dizer certeza), que só rolam certos tipos de elogios à todos aqueles artistas com “potencial” para fazer trilha de alguma “trama da Toda Poderosa”.

Já tinha ouvido vários dos trabalhos citados na reportagem no decorrer do ano e, diferentemente de Nelson Motta, tentarei explanar minhas opiniões, com o máximo de clareza e com o sentimento que aquilo provocou ao ouvir.

Maria GADÚ:

Discordo quase na totalidade da opinião do Motta na matéria. Esperar uma cantora afinada é o mínimo que pessoas que tem algum gosto musical podem desejar. Não gosto deste “oba-oba” que ocorre aqui no Brasil. Sempre que aparece algum (a) artista novo, que emplaca uma musiquinha na novelinha e depois nas rádios “jabazísticas” do nosso país, já se torna o salvador da pátria.

Não tenho nada contra a Maria Gadú, é bom esclarecer isso. Mas, para se tornar uma artista de verdade, não a do nível ilusório que nos querem impor, a garota vai ter que “shimbalaiar” muito mais. E outra, aparecer num meio que de uns tempos pra cá, às cantoras que fazem sucesso tem voz masculinizada, não é muito complicado. Ainda não passa de uma boa promessa.


Adriana Calcanhoto:

A gaúcha está provando que tem talento. Ao menos nos discos que a mesma montou para crianças e que estavam fora do mercado há tempos. Desde os idos tempos da “Arca de Noé 1 e 2”. Achei apenas infeliz o comentário do autor da reportagem ao dizer – “...é disco para criança inteligente...”. Será que não seríamos nós mesmos os culpados de colocar as crianças para ouvir coisas como: “Xuxa para baixinhos – volume 234”? Isto sim, é subestimar uma criança. É vetar, indiretamente, os sonhos e belíssimas viagens que a música pode vir a trazê-las. Parabéns para Adriana Calcanhoto pelo seu Partimpim – Volume 2.


Erasmo Carlos:

Este disco de Erasmo Carlos era um dos que ainda não tinha ouvido da lista dos citados. Baixei o mesmo e ouvi repetidas vezes esta semana, do meu jeito peculiar. Headphones nos ouvidos pra tentar perceber o máximo de detalhes e deixando a música fluir. É um trabalho muito bem gravado e límpido na sua totalidade, no entanto, achei muita potência sonora, para letras que se perpetuam no estilo “Jovem Guarda”. Isto tornou o disco meio confuso. Não combinou essa mistura de rock, blues e jovem guarda. Talvez ele tenha tentado buscar uma coisa que não existe mais dentro dele.

Insisto: “o Tremendão” é extremamente mais feliz quando é apenas compositor para o “amigo de fé e irmão camarada”.


Wilson Simonal:

Eu penso que independente de épocas, os artistas devem ser reconhecidos por sua música e não por quaisquer outras coisas. Política e religião, por exemplo. Um pena, que só agora, Simonal venha a ser tão valorizado novamente. Este “re-sucesso” repentino é cruel.

Para aqueles que conheceram na época, para aqueles que não conhecem, para aqueles que aprenderam ouvindo com os pais (o meu caso), será uma grata alegria poder ouvir todo o balanço e a malícia na discografia relançada. Pasmem! A discografia de Wilson Simonal estava extinta no mercado.


Diogo Nogueira:

o garoto continua colocando as cartas em cima da mesa. Não se trata de uma “re-invenção do samba”, como falou o jornalista, mas sim, de uma tentativa de mesclar o samba tradicional com samba de partido alto. O filho do saudoso João arriscou logo de cara, lançando um CD/DVD como primeiro trabalho em 2007. Agora lança o “To fazendo a minha parte”, seu primeiro álbum em estúdio, mostrando que é competente como intérprete e compositor. Continue fazendo Diogo, você está no caminho certo. Afinal, já diria Martinho – “Quem não gosta de samba, bom sujeito não é...”.

Vale ressaltar, que pelo quarto ano consecutivo, a Portela vai desfilar na Sapucaí com um samba de Diogo Nogueira.


Maria Bethânia:

deixei para citá-la por último. Razões? As mais óbvias possíveis. Algumas pessoas iluminadas chegam a certos patamares que nem merecem entrar em listas. Como falar da maior cantora deste país há no mínimo 25 anos numa lista? Bethânia é mais do que isso, é “a Diva” da voz do Brasil. A maior! Soberana e absoluta.

Exagero? Escutem “Tua” e “Encanteria”. Ambos de 2009 e vocês entenderão.

Para finalizar, e talvez desvendar este mistério que envolve tantas coisas, gostaria de perguntar duas coisas a quem fez a matéria:

- Onde está o disco surpreendente e excelente da cantora Céu, intitulado Vagarosa, que sem sombra de dúvidas, é um dos melhores lançamentos do ano?

- Onde está o disco de Otto – Hoje acordei de sonhos intranqüilos?

Fácil responder.

Alguém já imaginou um “fodia de noite e de dia” numa novela? Imagina ficar na “bubuia”.

Quando se ouvir música pelo que a mesma realmente representa e não apenas como negócio, talvez as coisas mudem neste país. Enquanto isso não acontece, teremos que aguentar toda essa manipulação pútrefa.

A verdade é ácida e a crítica é crua, assim como a música.


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Sorriso magro e encarquilhado - Gilberto Valle


É grande mestre...

De tantos desenganos persistimos com estes cantos foscos.

Com sorrisos magros que tendem a se encarquilhar, por falta da identidade de ser o que realmente é...

Sensações de madrugadas perdidas, e do que é o “meio”...

Ser um comum...

Que causa suores e enxerga a falta de identidade nas pessoas.

Que causa a curvatura onde nem nelas, se observa pensamentos...

Os martírios não são mais compartilhados...

Entre irmãos? Que nada!

Delírios, que além de loucos e vivenciados, são esquecidos nas esquinas e mesas frias e fúteis.

De que adianta querer voar grande mestre? Se não temos mais ideologia e vontade de lutar por um ideal?

Falsamente sim!

No meio do “meio”.

Daqueles que se olham e se matam pelas costas.

Dos que se enganam com sorrisos e olhares.

E que se alimentam...

De pessoas em pedaços...De gente forte e sincera.

Com corações amargurados e quiçá atrapalhados, vivemos...

Testa franzida, suada e pensativa...

Abrindo os olhos numa madrugada mágica, de frente pro mar.

Homenagem a Lula Côrtes. Baseado na Música – Desengano, do Disco – “O gosto novo da vida”, datado de 1981 e um dos melhores discos de música pernambucana que já ouvi.

Publicado em www.clickrec.com - 20/02/2010

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

The Fall - a consolidação de um estilo

Como se popularizar um estilo em uma década? Norah Jones sabe. Em apenas uma década ela colocou entre as músicas mais populares o Jazz. Não que isto não tivesse ocorrido. A canadense Daiana Krall, já tinha tentado colocar o estilo entre guettos mais populares da América do Norte, por intermédio de shows. Norah foi além. Colocou o jazz em todas as rádios do mundo, de uma forma sutil e sem alarde.
Em novembro passado foi lançado mundialmente o disco The Fall. Mais uma vez, percebemos um resultado de surpreender, afinal, quem flertou com country music e pop demonstrando exímia competência, não poderia deixar barato. Este disco é mais uma vez inovador no estilo próprio. Menos piano e mais guitarra, algo meio que inspirado numa conotação “Kerouaquiana” de Beatnik. “A garota se achou de vez”.

Percebo ainda uma forte inspiração no trabalho de Tom Waits.

Ressalto que o disco é quase todo composto com guitarras e não mais no piano (saindo o piano acústico e entrando o Fender Rhodes), as músicas saltam aos nossos ouvidos com coerência e harmonias fantásticas. Sem sombra de dúvidas é direcionado para um lado mais indie. Melhor dizendo, é uma adequação jazzística a música contemporânea. E isto nos traz à tona novos timbres de muitíssimo bom gosto.
Mais uma vez em 7 anos, Norah Jones se recicla musicalmente. Vai buscando uma sonoridade mais palpável e sem toda a tristeza do álbum inicial, por exemplo. (O não menos fantástico “Come away with me” de 2002). Isto não quer dizer que The Fall, não seja um álbum de coração partido. (Escutem “You´ve ruined me, oitava música do album. É de uma triste inocência fabulosa).
Passando para um lado mais técnico da história, não podemos esquecer da troca de produtor. Este último trabalho foi produzido por Jacquire King, que tem no currículo os dois últimos álbuns do Kings of Leon, é produtor de Tom Waits e ainda por cima de álbuns como o “Blues Singer” (2003) da lenda viva Buddy Guy.

Recém balzaquiana, separada do namorado que a acompanhava desde o início da carreira (no contrabaixo) e de cabelos curtos, Norah Jones mostra mais uma vez que é uma grande artista. E o melhor de tudo, uma artista sem estilo definido, mas sempre prezando por um bom gosto profundo.

Sem dúvida este disco foi um belíssimo presente sonoro, de uma alma agora inquieta, mas que nos transmite um sentimento altamente prazeroso ao ouvir. E, justamente por recriar um estilo sem mesmices, apenas com flertes, afirmo: “A garota vai longe!”.

Publicado em 09/02/2010 no www.clickrec.com.br

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Preocupações - Gilberto Valle

Final de tarde em Recife e lá estava eu, voltando do dia de trabalho num ônibus que estava mais cheio do que o de costume. Observando o fluxo do vai e vem das pessoas me deparei com um rapaz estrangeiro que havia encontrado momentos antes na mesma parada onde tomei o coletivo e que pelo visto havia recebido uma informação errada. O garoto “arranhando” um português completamente “entendível”, perguntou ao cobrador onde se localizava a Rua das Pernambucanas, tradicional no Bairro das Graças.

A resposta veio de uma maneira grotesca e mal-educada: “Espera aí rapaz!”. No entanto, enquanto o jovem aguardava a informação do “cobrador gente boa”, o mesmo passava todas as pessoas que entraram depois do rapaz na sua frente. Detalhe: o rapaz estrangeiro carregava duas malas pesadíssimas.

Analisando esta atitude do cobrador do ônibus minha mente foi para o futuro. Daqui há quatro anos iremos sediar uma Copa do Mundo e, dois anos depois os Jogos Olímpicos. Como estará o povo brasileiro na época destes eventos que chamam a atenção de todo mundo? Penso que esta história de “o brasileiro é um povo hospitaleiro”, só cola quando os estrangeiros vêm gastar os seus dólares e euros por nossas terras (o caso do ônibus que presenciei ontem me fez acordar, sem generalizar). Quando se pode tirar vantagem de alguma coisa. Porém, não adianta trazer Copa do Mundo e Olimpíadas para o Brasil se não se investe no povo. Como os cobradores de ônibus e motoristas, atendentes, garçons, recepcionistas irão dialogar com milhares de pessoas de toda parte do mundo e das mais variadas partes do mundo?
Em termos empresariais, poderíamos afirmar que os donos das empresas deveriam investir nos funcionários, capacitando os mesmo ao menos com o inglês, que todos sabemos que é a língua universal. Mas, seria justo que os donos de empresa arcassem com estes gastos sozinhos? Foram eles que inventaram de trazer tais eventos para o país? Não! O governo teria obrigação de apoiar as empresas e trabalhadores para que os mesmos pudessem ao menos passar uma imagem melhor durante a Copa e as Olimpíadas. Será que vai ocorrer?

Até o presente momento, só antevejo lucros na parte de turismo, na roubalheira em benefício próprio e em mais nada. De fato, eventos deste porte podem ser muito melhor aproveitados pelos países em termos gerais, mas do jeito que as coisas vão nas terras tupiniquins, tenho sérias dúvidas.
Tirando o Rio de Janeiro, não vejo comentários de que mais nada anda sendo feito em prol de tais eventos, principalmente nas sedes menores. Aqui em Recife mesmo, acho totalmente inviável um projeto de metrôs (melhor meio de transporte público dos dias atuais em todo mundo). Cidade da Copa? Pelo amor de Deus! Isso passa dos limites do meu raciocínio e bom senso.

Como brasileiro de verdade, torço para que as coisas mudem. Espero que daqui pra lá, as autoridades acordem e possam ver que estamos muito aquém de receber tais eventos. No entanto, podemos melhorar com investimentos em educação, saúde pública, segurança, capacitação profissional e não apenas em trazê-los para o Brasil para movimentar o turismo (essas melhoras parecem repetitivas, mas desde que os responsáveis pelos eventos escolheram o Brasil, o governo tem obrigação de tentar melhora-las). Ressalto que o melhor do Brasil pode vir a ser o povo brasileiro, desde que seja um povo melhorado nos aspectos gerais. Até lá, os estrangeiros continuarão a ser mal tratados, ignorados e a receber respostas grotescas e mal-educadas. Talvez pela revolta e frustração do próprio cobrador em não ter tido oportunidade de aprender por conta de todas as falhas do sistema educacional do Brasil. Vai saber...


Publicado também no - http://www.revistaclickrec.com/cordel/preocupacoes/index.htm

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010