quinta-feira, 23 de julho de 2009

Tudo Azul - Gilberto Valle


Como é bom você assistir o amor. Nestes meus 30 anos recém-completados, ganhei um presente muito especial do meu amigo Tinoco. Trata-se do DVD - O mistério do Samba. O trabalho é sobre a Velha Guarda da Portela, a pioneira nesse sentido em todas as escolas de samba do Rio de Janeiro.
Voltando para o começo, pode até soar estranho todo este amor pela "águia de Oswaldo Cruz e Madureira", mas eu explico. É de família! Recordo que quando pequeno, gostava de ir dormir na casa do meu saudoso Tio e Padrinho Armando, porque ele deixava eu tomar guaraná a vontade, coisa que em casa não podia. Não estava nem aí para samba nenhum. Só que, durante as noites, eu ficava acordado acompanhando meu tio, na frente da TV, assistindo sem parar o Desfile das Escolas de Samba. Surge daí um amor dos maiores. Armando, dentro de sua seriedade, gostava de papear e mesmo comigo relativamente pequeno, contava das aventuras de quando ele desfilou na Portela, na década de 80 e da tristeza de não poder ter desfilado, todas as vezes que foi ao Rio de Janeiro assistir ao desfile. Tornou-se amor! Aquela tempestade de informações caíam sobre mim e me fascinavam absurdamente. Principalmente a Águia! Aquilo era uma coisa linda, na mente de um menino, que imponência!
O tempo foi passando e cada vez eu ia aprendendo e consquentemente sofrendo com a Portela. É...sofrimento amigos. A última vez que a escola foi campeã, eu tinha 4 anos e não tinha nem idéia do que a mesma representaria hoje para mim. Mas, mesmo assim, ainda é a campeã das campeãs, com 22 títulos.
Hoje, sinto necessidade ir conhecer o Portelão e pelo menos sentir o ambiente de onde saíram e saem todas aquelas maravilhas sonoras. De fato, são maravilhas, porque vem de gente muito humilde e pobre, que lutaram a vida toda (a maioria sem reconhecimento), para mostrar o que eles sabiam, o que eles sentiam.
A Portela fascina, é verdade. Ela é só. Está longe do olhar da mídia que só faz questão de mostrar aquilo que lhe é convicente. Vide o que já foi a Mangueira e o que é hoje a Beija-flor. Escolas que cresceram em fama, assim como Corinthians e Flamengo, por imposição e não por méritos.
A querida có-irmã hoje, sofre com os louros do esquecimento pela mídia, totalmente voltada para a Escola de Nilópolis, por enquanto. E lá do outro lado, a azul e branco de Oswaldo Cruz e Madureira vai se segurando, com simplicidade, do jeito que sempre foi.
O filme é emocionante! E imagine para um portelense convicto como eu, que ainda sonha. As composições, as histórias, o "modo de falar de amor" (frase de Manu), são
espetaculares, tocantes...
Sinto orgulho de ser Portelense, sinto amor pela bandeira do pavilhão, que comanda. Salve à todos aqueles que compõem a Portela. Porque lá, tudo é sempre Azul!

Velha Guarda da Portela e Marisa Monte, interpretando um samba do saudoso Manacéa, intitulado "Volta". Simplesmente genial!

http://www.youtube.com/watch?v=GWBCJOG7kMs

A flor pétrea - Gilberto Valle


A menina das flores espalhadas n´alma...

Transparece pra pele que alva, buscando em riscos e formatos aquilo que realmente a simboliza...

Flor...

Sem espinhos...

Mas se tiver, qual seria o problema, já que todos preferem arrancar a flor em forma de sentimento.

Da flor, se cuida...não se oprime, não se agride, se alimenta

Flor...

Que chora...

Que ri...

Que morde...

Que vive...

Petra, que não tem nada de pedra.



Para Petra.


http://www.youtube.com/watch?v=zoCCssAajyA

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Conversa Franca - Gilberto Valle


Durante esta semana, num papo "internético" com uma amiga minha, surgiu uma pergunta que me pegou de surpresa.

"Giba, você me acha uma pessoa confiável?"

Pelos anos de experiência, de relacionamentos, de rolos, de ficantes e essas coisitas, já sabia que alguém teria machucado essa minha amiga. Há uns 2 anos, ela vem meio que sofrendo por um relacionamento a distância, que já teve algumas idas e vindas. Eu sou um ser digamos que além de ser taxado de sempre "do contra", sou "grosseiro", e deveria usar mais do "eufemismo". Enfim, fodam-se os eufemismos, sou assim e pronto.
Se tenho coisas na cabeça, eu não me omito de opinar, como a grande maioria das pessoas hoje em dia fazem. Preferem um mundo de conveniências, de hipocrisias, de uma "santidade" pessoal (estão longe disso), um mundo de falsos.
Escutando a menina querida, ela me conta que um amigo do ex-namorado dela, disse que estava escrito na testa da mesma - "eu não sou confiável". Me pergunto:

- Como as pessoas acham que tem algum direito de se meter na vida dos outros, se ao menos não conhecem a pessoa?

- Como dizer que uma pessoa não é confiável, se ela não tem tatuado na testa?

- Como este mundo pode ser tão vil e cruel, a ponto de se falar de uma pessoa que mora noutro estado e que você nunca viu?

Acho, que a cada dia que se passa, o mundo se torna pior! Aí tem gente com discursinho otimista e hipócrita. Não tolero isso. Não suporto esse tipo de coisa. Mas refletindo e conversando com ela dei a minha opinião:

"Isso é fruto do feminismo exacerbado que toma conta do mundo atual. Hoje em dia, se pensarmos direito, o homem que virou um artigo de luxo. E isso é culpa unicamente deste feminismo em excesso. Penso que a mulher no seu processo natural e merecido (pra não dizer necessário) de crescimento também absorveu todas as coisas ruins que os homens faziam."

Isso não combina com estas criaturas meus jovens! Só que ainda fui mais a frente. Discordo desses falsos pudores, até porque ninguém pode estar dentro de ninguém para sentir coisas como desejo, atração, paixão, vontade, tesão...
Macho nenhum, pode julgar uma mulher de "não-confiável" porque ele soube por bocas alheias que a menina transou com um cara na primeira noite. E daí porra? Desde que haja uma transmissão química rolando, um processo de junção e desejo rolando não vejo nada demais.
E onde chega este mundo de mentira? Chega e fica naquelas "menininhas" que andavam escondidas, passaram suas infâncias estudando em colégios high-society, e frequentando as boates, os barzinhos, as festinhas dos poneis da cidade. Mas, nessas mesmas festinhas, iam pras escadarias dos prédios ter suas bucetinhas destroçadas, ou então dar uma chupadinha na pica do ficante (mas tem que engolir pra não manchar meu vestido e "mommy" não desconfiar), mas isso tem que ser em sigilo, porque fui educada em altos padrões, não fico com ninguém se não me atrair financeiramente e que não esteja no meu patamar. E domingo, vou a missa, colocar na boca a óstia sagrada ao invés do falo alheio.
Aí, essas dondocas vem frequentar os lugares alternativos da cidade, claro! Carne nova no pedaço, aí a macharada enlouquece. Só que esquecem, que elas estão ali, mas a kilometragem já está rodada demais, pela "ponalhada" das boates. Existem mulheres devassas em todos os lugares, mas o homem é um ser tão idiota, que prefere aquelas que eles não tenham visto ficar com algum carinha na noite (mesmo que seja uma puta de classe maior), a ficar com uma que ele viu e não se dispôs a conhecer.

O conselho final foi: "Tu é linda, inteligente, preparada e tá mais do que na hora de mandar esse filho de uma puta pra merda!"

Comigo é assim. Até porque a conversa fiada, não cola...

E eu faço questão de ficar longe desse mundo hipócrita e seboso!