segunda-feira, 23 de junho de 2008

Pseudhaem Jornalisthus - Gilberto Valle


Eu não gosto de métrica...
Não gosto da poética perfeita,
Aquela que é bonitinha, tu engole e deita.
Não gosto de pessoas céticas,
Hipócritas da intelectualidade!
Jamais serei um! E quero transparecer isso...
Chega de tanta complicação, se você leu, você leu.
Se não leu! Ah foda-se!
Triste daquele que não lê, é fato, mas julgar por isso?
Se a pessoa não gosta, vai ser julgada por isso?

Ah mundinho "pernambuquês"...onde o bom é ser "popular", é conhecer "gente" e fazer parte do "meio".

Mas quando as costas se viram, o falatório começa...o mar de hipocrisia que move a sociedade. Um comentário vira um maremoto, mas é isso que a "galhera" quer, atenção. Creio que Pernambuco tem o maior número de "pseudo-jornalistas" da face da terra.

Vocês merecem o silêncio meus caros "fidalgos".

O silêncio da cidade em que rodamos por la noche. La cancion inesperada de vida, de amor...de existir.

Será?

Perguntem aos "Pseudhaem Jornalisthus" de cada faculdade de esquina. Porque pra se formar em jornalismo aqui, basta um boteco...isso é fato.

Claro, pra discutir as notícias do jornal do dia...como se tivessem lido o novo livro de Xico Sá, que nem aqui foi lançado e de quem sou fã, confesso.

Mas aí dizem: "sou amigo dele, peguei com ele em São Paulo". Que nada! Tava no jornal de hoje, mas é o que move os "populares", as grandes "amizades"...

A mesma coisa de sempre...

Este é o tal modus vivendi style, ou Recife Original Style?

Por que não "estilo"?

Creio que sim.

sábado, 14 de junho de 2008

A estrada de névoa - Gilberto Valle


A névoa pairava sobre a estrada...

Apenas se se ouvia os passos, um atrás do outro, no contato com a areia batida. Passos estes que eram infindos, sem a certeza de onde se pode dar. A tiracolo, um violão folk, uma gaita no bolso, uma carteira de cigarro e uma pequena garrafa de scotch.
A enebriante estrada, aquela que leva os pensamentos até os mais profundos sentimentos. A ida em busca de um caminho de vida por lamento...Sim, por lamento. Noite fria se aproxima e o "bluseiro", vai dormir na estrada, olhando o céu e as estrelas.
Ele junta alguns galhos, acende uma fogueira como fariam os antigos, puxa a viola da capa e lamenta para o céu, pras estrelas, pra vida. Lembrava de Bo Didley, nos primórdios. Quando os negros se juntavam ao redor da fogueira, pra lamentar os maus tratos, o trabalho injusto, o preconceito...Do sofrimento de uma raça nasceu o Blues.
O fogo estalava e marcava o compasso em sua mente, compassados como os pés de Hooker, sempre perfeitos, como se nenhum instrumento pudesse acompanhá-lo, ou fosse capaz de fazê-lo tão bem. A pedra inicial.
A mente sonhava, tomava rumos imensos. O lamento saía firme de sua viola...ele buscava o caminho dos antigos mestres nos dias atuais. Seria este o rumo a seguir? Ele tentaria! O Blues e a estrada, combinam. Ele tomava mais um trago do scotch e acendia o velho companheiro de solidão, o fumo. Imaginava um solo de Clapton, acompanhado da sutileza límpida de BB...Os dedos tocavam a música do coração, e sem companhia de corpo presente, ele ouvia no vento o som de Sonny Boy, como se a brisa o acompanhasse tal qual a gaita do mágico.
As pernas pesavam da caminhada...necessitavam descanso. Ele cobriu os olhos com seu chapéu, apoiou a cabeça na viola e pensou na vida, na busca de um caminho inseguro. Mas ele iria. Adormeceu...
Assim que os primeiros raios começaram a aparecer ao céu, ele pegou a viola, bateu o pó da calça, e seguiu a caminhar até o próximo destino indeciso. Mas, esse destino, por mais que fosse distante, na sua mente já era o Mississipi, ou até mesmo New Orleans. Afinal:

"o que importa é você tocar como se sempre fosse a primeira vez" (BB King)

The thrill is gone, baby!

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Acordei Suave - Gilberto Valle


Hoje eu acordei suave...

Com tanta injustiça e tantas mentiras
Com tantas palavras utilizadas sem razão

Os erros não são mais erros
Perdeu-se no tempo, a palavra "desculpe"
As pessoas não reconhecem suas falhas, agridem
A razão, a elas mesmo, de forma inconsciente.

Os castelos se desmancham em palavras torpes
Que não são medidas contra a razão
Das coisas?
Da vida?
Da humanidade?!!!

Ah mundo idiota! Com pessoas mais ainda.
Onde as sandices não findam, tamanho o "amor"
Amor? Que nada!
É desespero! Amar é diferente.
Quem ama tem dicernimento, tem a capacidade de análise antes de proferir injustiças.

Um só corpo e um só sangue, só Deus, meus caros...
O resto é balela brega!

Lembrem-se sempre que as pessoas são falhas
E até mesmo quem a gente "ama" falha
Pode falhar...são humanos!
Mas as demonstrações tem que ser maiores, exacerbadas, exageradas.

E, aceitar um desculpe, certamente te fará...

Acordar suave...

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Um universo de farpas batidas - Gilberto Valle


A noite cai. É nessas horas que penso que as pessoas tendem a pensar mais. Faz sentido. Claridade, barulho, é estranho na minha cabeça. Não que hoje em dia viva uma vida noturna como há tempos. Talvez seja essa hora que o universo mental das pessoas esteja mais repleto de idéias e vontade. Gosto de destilar minha fúria de palavras constantemente com pessoas que escutam e tem algo a dizer.
Algo a dizer... pode ser meio complicado, nem sempre compreendemos, nem sempre sou compreendido. E quem disse que quero?
Só que o universo está a nossa disposição pra ouvir. Cansei das mesmices, das intrigas, desse meio normal de pessoas que vivem vinculadas ao passado, sempre lembrando de coisas que não se libertam. Que, de um certo modo invejam o poder que outras possuem de superação. Elas não entendem: "ninguém é igual a ninguém", já dizia a canção.
Uma das frases mais certas do mundo é a tal que diz: "cada cabeça é um mundo". Não fica apenas nisso. Seria, na minha concepção, um universo mental de massa cinzenta, de massa branca, prótons, neutrons e tudo mais. Pensamentos...dos mais inescrupulosos, singelos, pútrefos e tudo mais. A mente é de fato um universo. Cabe a você saber o que é saudável pra manter o mesmo num estado atmosférico vital.
Só que as pessoas não sabem de fato.
Reconheço, que não um expert, mas no meio dessas confusões mentais que tanto as pessoas gostam não me meto mais. Odeio as intrigas de comentários, de falsidade e das traições. Não suporto nem ouvir uma pessoa que conheci no dia falando em tom de intriga ao telefone. Deletei isso há um certo pouco tempo do meu universo e foi uma das melhores decisões que tomei. Notável, é que as pessoas parece que precisam disso, e hoje posso me dizer que rio das mesmas. Estou mais leve, saudável e feliz. São os meus questionamentos que estão maiores que certas vontades e acho que assim tem que ser. Ando analisando algumas coisas e digo abertamente: "tem pessoas que gostam das confusões por um mero prazer." A leveza de espírito é o que deve valer. O saber ouvir, mesmo quando o tom parece de crítica e apenas é um comentário. Noto que talvez a "independência" mental é complicada demais, porque todos querem fazer aquilo que acham que deve e nem desejam escutar algo contrário. Felizes daquele que possuem alguém pra alertar com um conselho. Se bem que, até hoje em dia, isso está ficando escasso nos "universos" mentais e intelectuais. As pessoas não sabem distinguir conselho de críticas, que uma simples opinião, por achismo não possa ser a sua verdade, mas pode ser a minha. Infelizmente, ainda tenho que ouvir algumas merdas da vida, ou alguém falando um monte de asneiras, fofocas, opiniões sem nexo, discussões infantis, decadentes, e tudo mais. Faz parte do universo delas, mas não me atingem mais. E vou vivendo com meus questionamentos, estando certos, ou errados.