quarta-feira, 4 de junho de 2008

Um universo de farpas batidas - Gilberto Valle


A noite cai. É nessas horas que penso que as pessoas tendem a pensar mais. Faz sentido. Claridade, barulho, é estranho na minha cabeça. Não que hoje em dia viva uma vida noturna como há tempos. Talvez seja essa hora que o universo mental das pessoas esteja mais repleto de idéias e vontade. Gosto de destilar minha fúria de palavras constantemente com pessoas que escutam e tem algo a dizer.
Algo a dizer... pode ser meio complicado, nem sempre compreendemos, nem sempre sou compreendido. E quem disse que quero?
Só que o universo está a nossa disposição pra ouvir. Cansei das mesmices, das intrigas, desse meio normal de pessoas que vivem vinculadas ao passado, sempre lembrando de coisas que não se libertam. Que, de um certo modo invejam o poder que outras possuem de superação. Elas não entendem: "ninguém é igual a ninguém", já dizia a canção.
Uma das frases mais certas do mundo é a tal que diz: "cada cabeça é um mundo". Não fica apenas nisso. Seria, na minha concepção, um universo mental de massa cinzenta, de massa branca, prótons, neutrons e tudo mais. Pensamentos...dos mais inescrupulosos, singelos, pútrefos e tudo mais. A mente é de fato um universo. Cabe a você saber o que é saudável pra manter o mesmo num estado atmosférico vital.
Só que as pessoas não sabem de fato.
Reconheço, que não um expert, mas no meio dessas confusões mentais que tanto as pessoas gostam não me meto mais. Odeio as intrigas de comentários, de falsidade e das traições. Não suporto nem ouvir uma pessoa que conheci no dia falando em tom de intriga ao telefone. Deletei isso há um certo pouco tempo do meu universo e foi uma das melhores decisões que tomei. Notável, é que as pessoas parece que precisam disso, e hoje posso me dizer que rio das mesmas. Estou mais leve, saudável e feliz. São os meus questionamentos que estão maiores que certas vontades e acho que assim tem que ser. Ando analisando algumas coisas e digo abertamente: "tem pessoas que gostam das confusões por um mero prazer." A leveza de espírito é o que deve valer. O saber ouvir, mesmo quando o tom parece de crítica e apenas é um comentário. Noto que talvez a "independência" mental é complicada demais, porque todos querem fazer aquilo que acham que deve e nem desejam escutar algo contrário. Felizes daquele que possuem alguém pra alertar com um conselho. Se bem que, até hoje em dia, isso está ficando escasso nos "universos" mentais e intelectuais. As pessoas não sabem distinguir conselho de críticas, que uma simples opinião, por achismo não possa ser a sua verdade, mas pode ser a minha. Infelizmente, ainda tenho que ouvir algumas merdas da vida, ou alguém falando um monte de asneiras, fofocas, opiniões sem nexo, discussões infantis, decadentes, e tudo mais. Faz parte do universo delas, mas não me atingem mais. E vou vivendo com meus questionamentos, estando certos, ou errados.

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